Paisagens: o olhar humano da natureza como cultura
Foto: Intervenção em Rubena (Espanha)
Angel Pino, em seu livro "As marcas do humano: às origens da constituição cultural da criança na perspectiva de Lev S. Vigotski" (2005) se coloca a seguinte questão:
Como realidades naturais ou biológicas podem adquirir forma cultural e como realidades culturais podem se concretizar, ou objetivar, em realidades naturais ou biológicas; em suma, como duas ordens diferentes de realidade podem concorrer para a constituição unitária do ser humano.
O mesmo autor propõe o enfoque semiótico ao problema, ou seja, à compreensão de como o homem atribui significado às coisas do mundo, incluindo a própria natureza e para a qual lançará, sempre, um olhar da cultura. Nesse sentido, a natureza será, para o homem, a paisagem que expressa algum tipo de relação da condição mundana do homem: seus conflitos e pertença ao lugar, as relações de poder, condições de vida, fruição estética etc.
O verdadeiro desafio hodierno e futuro está, cada vez mais, em educar para a leitura estética e semiótica da paisagem que instigue nosso sentido de pertença ao mundo. Por outro lado, o tratamento dado à paisagem se constituirá, cada vez mais e a medida que a ação humana for se expandindo sobre o mundo, num ato educativo.